21.12.10

O Cinema de Animação









Título: O Cinema de Animação
Formato: 15,5 x 23,5 cm
Capa: Brochada
N.º de páginas: 244
Publicação: dezembro 2010
ISBN: 978-989-8285-14-0
Preço: 22,00 € (IVA inc.)


«Os filmes de animação (que encontramos nas salas, mas também na internet, na televisão, nas galerias de arte, etc.) conhecem hoje um sucesso que no passado nunca tiveram, inclusive nos tempos de glória dos estúdios Disney. Limitado durante um tempo excessivo ao público infantil, o cinema de imagem a imagem ganhou os seus trunfos também junto do “grande público”, com o surgimento de um desenho animado comercial adulto, e nos meios da cinefilia, do cinema experimental e da arte contemporânea, onde, com outras técnicas e assuntos, ele começa enfim a ser reconhecido como um campo de investigação de corpo inteiro. Mas a animação está também em plena efervescência. As técnicas digitais alteraram consideravelmente a relação dos espetadores com ela, e mudaram a própria produção a nível internacional. A imagem de síntese (o 3D) tornou-se, desde há alguns anos, dominante, sinal aparente do fim das técnicas mais artesanais. Mas embora ela seja certamente um movimento de fundo, outras técnicas digitais permitem contrabalançar essa homogeneização do virtual. Graças a uma simples máquina fotográfica digital e a um software de montagem, qualquer um pode realizar um filme de animação sem câmara recorrendo à sua própria criatividade, misturando fotografia, pintura, desenho ou objetos. Devido à representação subjetiva da realidade que impõe, a animação é claramente a forma cinematográfica mais próxima do imaginário. Nessa conceção, como indica Francesco Casetti (1999: 50), “o cinema não é uma máquina anónima que regista automaticamente o existente e o restitui como tal: o cinema encena universos inteiramente pessoais e pede ao espetador a sua adesão individual. O cinema tem a ver com a subjetividade, e é dessa subjetividade que nasce o imaginário”. Embora essa seja uma conceção evidentemente distante do realismo ontológico da imagem cinematográfica caro a Bazin, ela explica melhor um gosto pelo espetacular e pelo íntimo que podem nascer na mente do criador e ressoar no imaginário do espetador.

«(…)

«A multiplicação de longas-metragens, assim como a melhor difusão da animação comercial nas salas e em casa graças ao DVD, são os fatores mais importantes no sucesso atual da animação. Dantes a produção animada consistia essencialmente em curtas-metragens exibidas em festivais ou em séries programadas nas cadeias de televisão. Isso continua a verificar-se, e devido a esse formato, a maioria dessas curtas-metragens, por vezes muito inovadoras, nunca encontra um público mais vasto. Mas após os repetidos fracassos dos filmes Disney e dos seus concorrentes em “desenho animado” (a técnica tradicional do celuloide), o sucesso global recente de muitas longas-metragens em imagem de síntese (Toy Story, Shrek, etc.), em plasticina (Wallace & Gromit), e em 2D “misto” no mundo japonês (A Princesa Mononoke), demonstrou o forte potencial comercial e estético que as técnicas de animação podiam sempre encerrar. Os críticos passaram a interessar-se mais profundamente pelo que parece um “fenómeno”, de que agora abundam exemplos nos festivais internacionais, chegando a arrebatar prémios importantes (o Urso de Ouro em Berlim para A Viagem de Chihiro, de Hayao Miyazaki, em 2002; o prémio do júri em Cannes para Persépolis, de Marjane Satrapi, em 2007). Desde então, assistimos a uma forma de intensificação na produção e distribuição desses filmes, em paralelo com um empobrecimento dos argumentos. O segundo grau e a autorreferência passaram a fazer parte do universo da animação comercial. Mas a par dessas produções convencionais, pensadas para render lucros consideráveis aos seus criadores, continua a existir uma animação de autor em permanente busca de inovações visuais e narrativas. Essas experiências são acolhidas em festivais especializados (Annecy, Zagrebe…), mas também nos generalistas (especialmente em Cannes e Veneza), e em retrospetivas (por exemplo, Norman McLaren em Beaubourg, em 2006) ou no novo mercado do DVD.

«(…)

«O objetivo desta obra, que é essencialmente um manual (…), não é tanto dar uma definição da animação mas fazer o ponto da omnipresença dessas imagens animadas e propor-lhes uma leitura simultaneamente histórica e temática. Escrito por um historiador de cinema que trabalhou sobre a propaganda cinematográfica, mas igualmente realizador de filmes de animação antes de passar a agregação de artes plásticas, este livro pretende demonstrar as diferentes perspetivas a partir das quais a animação pode fazer sentido. Embora o ponto de vista seja essencialmente histórico, outras dimensões teóricas e estéticas são convocadas para dar visibilidade a um campo artístico plural que desarruma as classificações habituais do cinema, das artes plásticas e das ciências da informação.»

«Introdução», pp. 8-9, 10-11 e 13.

18.11.10

História da Segunda Guerra Mundial










Título: História da Segunda Guerra Mundial
Formato: 14 x 21 cm
Capa: Brochada
N.º de páginas: 128
Publicação: Outubro de 2010
ISBN: 978-989-8285-21-8
Preço: 12,00 € (IVA inc.)


Passados 65 anos sobre o seu epílogo, a Segunda Guerra Mundial continua a ser um tema de permanente actualidade: pela sua duração, pela dimensão planetária das devastações que provocou, pela ferocidade com que foi travada e pelos horrores, perturbações políticas, filosóficas e morais que acarretou; o conflito de maior escala na história da humanidade pesará para sempre na memória e na consciência colectiva dos povos.
Apresenta-se aqui, de forma sucinta, uma perspectiva de conjunto do conflito e dos teatros de operações militares em que se desenrolou: na Europa, na União Soviética, no Norte de África, na Ásia, no Pacífico, no Atlântico; é este um dos maiores méritos deste livro, em que Claude Quétel narra, analisa e explica uma das mais terríveis tragédias da História.


Director de investigação no mundialmente prestigiado CNRS (Centre National de Recherche Scientifique, em Paris), onde desenvolveu grande parte da sua carreira de investigador, Claude Quétel especializou-se em história moderna e contemporânea, em história da psiquiatria, e também em pesquisa iconográfica.
Entre 1992 e 2005 foi director científico do Memorial de Caen, e tem uma importante actividade na edição, quer como autor quer como director de grandes obras e colecções.
O Estado francês atribuiu-lhe duas grandes distinções: «Reconhecimento da Nação», e Oficial da Ordem Nacional de Mérito.

27.10.10

História das Ciências -- Da Antiguidade aos Nossos Dias











Título: História das Ciências, Vol. I
Formato: 15,5 x 23,5 cm
Capa: Brochada
N.º de páginas: 376
ISBN: 978-989-8285-18-8
Preço: 26,00 € (IVA inc.)













Título: História das Ciências, Vol. II
Formato: 15,5 x 23,5 cm
Capa: Brochada
N.º de páginas: 240
ISBN: 978-989-8285-20-1
Preço: 19,00 € (IVA inc.)



As ciências constituem, mais do que nunca, o factor decisivo no desenvolvimento das nossas sociedades, como o demonstra o vertiginoso avanço tecnológico das últimas décadas.
Contudo, grande parte das pessoas parece estar hoje afastada do sério desafio que representa a aquisição de competências nas áreas científicas, técnicas e humanísticas, considerando-as domínio de «especialistas» de que se sentiriam excluídas.
Mas não foi sempre assim; partilhando origens comuns, a ciência e a filosofia (o saber geral) caminharam a par durante séculos.
É uma simbiose renovada entre cultura humanista e cultura científica que esta obra pretende alcançar, traçando a evolução das grandes disciplinas, desde as origens (domínio do fogo, invenção dos números, observação do céu), às descobertas e invenções mais recentes.

Apresenta-se esta obra em dois volumes. O primeiro trata da matemática, da física, da astronomia e da química; o segundo das ciências da terra e das ciências da vida.



Philippe de La Cotardière, escritor e jornalista científico, especializou‑se nos domínios da astronomia e do espaço, atribuindo também grande interesse à história das ciências e das técnicas. Conselheiro editorial na Larousse, é autor de uma vintena de obras de divulgação, entre as quais Le Grand Livre du ciel (Bordas, 1999) e Dictionnaire de l’astronomie et de l’espace (Larousse, 1999). Presidente da Sociedade Astronómica de França de 1987 a 1993, foi laureado em 1997 com o prémio Information Scientifique et Technique da Academia das Ciências e do ministério da Educação Nacional.

Filosofia da Arte











Título: Filosofia da Arte
Formato: 15,5 x 23,5 cm
Capa: Brochada
N.º de páginas: 304
ISBN: 978-989-8285-19-5
Preço: 26,00 € (IVA inc.)


Das estátuas de demónios e escudos de guerreiros aos readymades de Duchamp, o que é preciso para que um objecto seja arte?
Filosofia da Arte é uma obra destinada ao leitor interessado pela estética. Perseguindo a questão sobre o que define o que é ou não arte, tem por objectivo apresentar as modalidades mais destacadas da filosofia analítica: teoria da arte, formalismo e neoformalismo, estética da arte, neowittgensteinianismo, teoria institucional da arte, assim como abordagens históricas da natureza da arte.
Claro e conciso, as teorias filosóficas abstractas que apresenta são ilustradas através de numerosos exemplos da arte tradicional e contemporânea, o que contribui para uma mais fácil aproximação ao objecto do livro, enriquecendo assim a compreensão do leitor quer da teoria quer da apreciação geral da arte.


Noël Carroll, nascido em 1947, é um filósofo americano considerado uma autoridade na análise de estética cinematográfica. Os seus trabalhos incidem particularmente sobre a filosofia da arte, a teoria dos média e também sobre a filosofia da história, abrangendo ainda as áreas da filosofia da literatura, da filosofia das artes e da teoria social da cultura.
Doutorado em Filosofia e em Estudos de Cinema, foi presidente da American Society Aesthetics, e é actualmente professor de filosofia no CUNY Graduate Center, em Nova Iorque.



Este é o primeiro título de Synopsis, uma nova colecção de manuais: livros que pela exposição de temas, disciplinas, ramos e departamentos do saber contribuam para uma melhor sistematização e consolidação do conhecimento.

3.9.10

As Grandes Religiões do Mundo











Título: As Grandes Religiões do Mundo — Cronologia, História, Doutrinas
Formato: 15,5 x 23,5 cm
Capa: Cartonada
N.º de páginas: 448
ISBN: 978-989-8285-17-1
Preço: 32,00 € (IVA inc.)

O facto religioso está cada vez mais presente na actualidade política e social; além da importância crescente das informações religiosas nos média — o islão em alvoroço depois dos ataques do 11 de Setembro de 2001, sucessão pontifícia no Vaticano, subida do integrismo religioso nos Estados Unidos, influência do budismo no Ocidente —, observa-se no público um interesse crescente pelos fenómenos religiosos, seja de ordem metafísica, referências éticas, de transmissão de valores, ou do diálogo inter-religioso.
Em As Grandes Religiões do Mundo são explicadas as origens, a história e as práticas de todas as religiões:
as religiões monoteístas: o judaísmo, o cristianismo e o islão, chamadas também «religiões do livro»;
as tradições orientais: hinduísmo e budismo em primeiro lugar, sem esquecer as outras filosofias e formas de sabedoria (confucionismo, taoismo, shintoismo…);
as outras formas de espiritualidade, novas e antigas, e os fenómenos à margem das religiões (seitas, esoterismo…).
Cada religião e cada crença são tratadas em seis pontos: história, dogmas e doutrinas, ritos e práticas, instituições, implantação geográfica, ensinamentos, visão do homem e do mundo.

Henri Tincq foi presidente Associação Francesa de Jornalistas de Informação Religiosa (1994-1999), responsável pela rubrica «Religiões» do diário Le Monde e director editorial da revista Le Monde des Religions. É autor de vários livros sob a temática da religião. Neste livro, dirigiu as colaborações de outros cinco especialistas em religião: Rachid Benzine, Dominique Chivot, Salomon Malka, Jean Mercier e Éric Rommeluère.



Depois de Cogito Ergo Sum, Dicionário Enciclopédico da Psicologia e Dicionário das Utopias, este é o quarto livro com chancela original da Larousse que as Edições Texto & Grafia publicam.

2.7.10

A Prosperidade do Vício











Título: A Prosperidade do Vício
Formato: 15,5 x 23,5 cm
Capa: Brochada
N.º de páginas: 208
ISBN: 978-989-8285-13-3
Preço: 19,00 € (IVA inc.)


Este livro espantoso é uma viagem; uma viagem que mostra como a economia tem moldado a sociedade ao longo dos tempos. É também um fresco impressionante, que nos conduz do Império Romano ao de Hollywood, da crise dos anos 1930 à crise do subprime, da Alemanha do Kaiser à China contemporânea.
Uma viagem inquieta, ensombrada por uma questão: como é que o Ocidente, que arrancou a humanidade à fome e à miséria, foi capaz do suicídio colectivo das duas guerras mundiais? Qual o veneno, o vício escondido que corrói a Europa?
Mas as questões não são só retrospectivas, pois o mundo ocidentaliza-se velozmente: poderiam as tragédias europeias repetir-se na Ásia ou noutros pontos do globo? Conseguirá o planeta evitar um novo suicídio colectivo, desta vez ecológico? Como a presente crise financeira brutalmente lembrou, uma incerteza de ordem sistémica paira sobre o capitalismo; saberemos para onde nos leva, para onde arrasta o mundo?
São estas as questões que condicionarão o século XXI, e que são analisadas com concisão, erudição e notável sobriedade por Daniel Cohen neste livro importante que dá um retrato fiel da história da humanidade e das incertezas que pesam sobre o seu destino.

Daniel Cohen, nascido em 1953, é professor universitário de economia, editorialista no jornal Le Monde, conselheiro científico da OCDE, e membro do Conselho de Análise Económica do primeiro-ministro francês.
A vasta obra que até agora publicou na área da economia confere-lhe estatuto de projecção mundial; para as suas análises sóbrias e eloquentes do homem na sociedade, convoca também a História, a Sociologia e a Filosofia.
Em 1997, o Nouvel Observateur atribuiu-lhe o prémio «economista do ano», e, em 2000, foi laureado com o prémio «melhor livro de economia» (atribuído pelo senado francês).

A Vida Sexual na Roma Antiga










Título: A Vida Sexual na Roma Antiga
Formato: 15,5 x 23,5 cm
Capa: Brochada
N.º de páginas: 284 + 8 páginas a cores de extratexto em papel couché, essencialmente com representações de frescos encontrados em Pompeia.
ISBN: 978-989-8285-15-7
Preço: 24,00 € (IVA inc.)

A concepção de sexualidade nas sociedades modernas baseia-se na distinção de género, e categoriza as pessoas em heterossexuais, homossexuais e bissexuais. Na Roma Antiga, considera-se sobretudo o estatuto social e a faixa etária, enquanto que a orientação principal, imposta pela legislação e pelos costumes, determina que os cidadãos masculinos penetrem mas nunca sejam penetrados; todos os outros o podem ser, em condições que variam consoante se trate de matronas respeitáveis, coquetes libertas, cortesãs, prostitutas ou escravos de ambos os sexos.
O leitor mais interessado pelas vertentes da História não deixará de associar a visão que transparece da leitura à influência que exerceu na Igreja de Cristo a amálgama de prescrições, leis e éditos que o poder do Império Romano implementou para regular a vida sexual da população.
Dotada de um perfeito conhecimento da literatura latina, a autora consegue que os textos falem, desvendando as relações existentes entre a prática sexual, o prazer feminino e o sentimento amoroso, além de focar os casos de imperadores conhecidos pelas suas inclinações libidinosas, como Tibério, Calígula e Nero.

Géraldine Puccini-Delbey é professora de língua e literatura latinas na Universidade de Bordeaux III, tendo centrado a sua atenção de investigadora especialmente na obra desse extraordinário autor latino que é Apuleio, romancista do século II da nossa era.
Na sua obra ensaística, além de A Vida Sexual na Roma Antiga, merece destaque a obra Amour et désir dans les métamorphoses d’Apulée.

Estética da Montagem











Título: Estética da Montagem
Formato: 15,5 x 23,5 cm
Capa: Brochada
N.º de páginas: 144
ISBN: 978-989-8285-16-4
Preço: 16,00 € (IVA inc.)

A montagem no cinema não se resume a uma operação técnica que consiste em cortar e colar pedaços de película para deles fazer um filme; é uma operação complexa que exige criatividade, e que implica uma total proximidade da estética da obra: associar imagens por uma certa ordem, ordená-las segundo o ritmo pretendido, criar rupturas ou continuidades, é aquilo em que consiste a arte da montagem.
O objectivo deste livro é traçar um panorama das diferentes concepções da montagem ao longo da história do cinema, e propor uma análise desta técnica em numerosos domínios de representação.
O autor ilustra a sua exposição com exemplos de montagens de filmes, especialmente de autores como Orson Welles, Alain Resnais ou Maurice Pialat, mostrando em que medida a evolução das técnicas e das práticas de montagem influencia a estética dos filmes.

Vincent Amiel é professor na Universidade de Caen. Publicou inúmeros artigos na revista Positif e Esprit. Além deste Estética da Montagem, publicou ainda as obras Le corps du cinéma (PUF, 1998) e Formes et obsessions du cinéma américain (Klincksieck, 2003).

25.3.10

Função do Cinema











Título: Função do Cinema — e das outras artes
Formato: 14 x 21 cm
Capa: Brochada
N.º de páginas: 144
ISBN: 978-989-8285-12-6
PVP: 14,00 € (IVA inc.)




Contemporâneo da fabricação em série, do motor e da mecanização, nascidos da ciência moderna, o cinema é a arte da civilização própria da máquina; é este o eixo central em torno do qual Elie Faure desenvolve as suas apaixonadas reflexões em Função do Cinema, dos mais belos e vibrantes textos escritos até hoje sobre a 7.ª arte, numa linguagem poética de fôlego épico.
Associando e comparando o cinema com a pintura, a dança, o teatro, a arquitectura, a música, identifica a sua natureza profunda, ao mesmo tempo rítmica e plástica, sublinhando o seu carácter novo de criação colectiva, e extraindo daí destino, vocação e mística.
As análises proféticas de Elie Faure coincidem praticamente em todos os aspectos com as orientações que posteriormente a este escritor o cinema (e as outras artes também) viria a assumir.

Elie Faure nasceu em Sainte-Foy-la-Grande em 4 de Abril de 1873, e morreu em Paris em 29 de Outubro de 1937; a sua vida desenrolou-se no centro do turbilhão da primeira metade do século XX, pois participou como médico militar na Grande Guerra, e assistiu ainda à eclosão da Guerra Civil em Espanha.
Concluiu muito jovem, em Paris, o curso de medicina, e exerceu nos bairros populares da cidade, mas foi sobretudo a actividade de crítico e ensaísta de arte que veio a marcar toda a sua vida futura, partilhada igualmente pelas causas políticas e pela militância em movimentos socialistas.
Fruto da sua paixão pela arte, faz conferências regulares na universidade popular “La Fraternelle”, das quais virá a extrair a obra monumental História da Arte, pela qual se tornou mundialmente conhecido, e que hoje é referência nos estudos estéticos sobre arte.
O seu interesse pelo cinema levou-o a escrever artigos dispersos, de uma beleza e poesia incomparáveis, que aqui se reúnem em volume.

12.3.10

Cogito Ergo Sum - Dicionário Comentado de Expressões Latinas













Cogito Ergo Sum - Dicionário Comentado de Expressões Latinas
Formato: 15,5 x 23,5 cm
Número de páginas: 256
ISBN: 978-989-95689-0-7
Preço: 24,00 €


Asinus in tegulis
(Um burro no telhado)


Este adágio latino serve para designar qualquer coisa estranha ou incongruente. Curiosamente, os telhados das casas são muitas vezes o suporte dos objectos mais extraordinários, quando se deseja evocar o absurdo. Para além de um burro, podemos encontrar sobre eles um violino ou, então, o companheiro do burro da Natividade, o boi, o qual viu efectivamente nascer o início de uma nova era.
Espaço de uma certa consciência do absurdo, Boeuf sur le toit foi inicialmente um bar, uma espécie de discoteca situada na Rua Duphot e aberta por Louis Moysès, oriundo de Charleville. O primeiro nome do estabelecimento foi Le Gaya, devido a um [vinho do] porto da região de Gaia que ali se vendia. Jean Wiéner tornou-se pianista do local e ali tocava todos os géneros de música, particularmente jazz, e até mesmo o Pierrot lunar de Schönberg, que, na época, tinha a capacidade de chocar, tanto mais que o seu autor era austríaco.
O bar tornou-se o ponto de encontro das pessoas mais importantes da altura no domínio das artes: Picasso, Gide, Diaghilev, Misia Sert, Ravel, Erik Satie, Picabia, Mistinguett ou, então, Fernand Léger, o qual pediu a Wiéner que lhe tocasse um tema recente: “Saint Louis Blues”. Arthur Rubinstein substituiu pontualmente Wiéner para tocar obras de Chopin. Léon-Paul Fargue e Jean Cocteau relacionavam-se ali com o Grupo dos Seis. Em suma, todo um espírito novo nasceu naquele espaço.
Tristan Tzara, o pai do Dadaísmo, frequentou Le Gaya. No entanto, os seus herdeiros, os Surrealistas, mais sectários e menos abertos às reais novidades, muitíssimas vezes impermeáveis à música, mostraram indiferença para com aquele estabelecimento, preferindo Le Certa, outro bar próximo da Ópera de Paris.
Em 1919, Jean Cocteau quis escrever uma farsa para dar continuação à Parade de Erik Satie. Tinha ouvido Georges Auric e Darius Milhaud tocarem a quatro mãos um encadeamento de sambas e de rumbas, uma peça que deveria chamar-se Cinéma-Symphonie, na qual se misturavam alguns ritmos novos importados do Brasil. Milhaud mudou o título dessa obra para
Le Boeuf sur le toit, embora se tratasse do título de uma canção brasileira já existente. A obra assim intitulada teve como subtítulo The Nothing Doing Bar, pois Cocteau desejava escrever uma farsa «onde nada se passaria». A estreia do espectáculo teve lugar na Comédia dos Campos Elísios, no dia 21 de Fevereiro de 1920. Vestuário e cenários eram de Raoul Dufy.
A agitação e o ruído gerados em torno do Gaya fizeram com que Moysès se mudasse para outro local, abrindo um novo estabelecimento na Rua Boissy-d’Anglas, ao qual deu simplesmente o nome de Le Boeuf sur le toit. O espírito novo continuou a reinar, enquanto a reputação do bar se espalhava. Clément Doucet, que ia de seguida tocar com Wiéner, acabou por substituí-lo
ao piano.
No dia 15 de Julho de 1922, Jean Hugo e René Crevel levaram Marcel Proust ao Boeuf sur le toit, local onde encontrou os famosos «valsistas bolchevisantes» dos quais fala na obra Em busca do Tempo Perdido. Foi também ali que veio a conhecer Radiguet.
Quer neles se encontrem burros, bois ou simples gatos vadios, os telhados são decididamente locais onde sempre se passa alguma coisa. E muitas vezes aparece alguém a dizer que o que ali ocorre é absurdo.


Fontes:
Recordações pessoais de Germaine Tailleferre contadas ao autor.
Au temps du «Boeuf sur le toit», Artcurial, Paris, 1981. Obra redigida para uma exposição.

Edição original: Larousse, 2005.

26.2.10

Imaginários Sociais Modernos -- nas livrarias a partir de 10 de Março






Colecção: «Pilares», n.º 5
Formato: 15,5 x 23,5 cm
N.º de páginas: 192
ISBN: 978-989-95884-7-9
Preço: 19,00 € (IVA inc.)


Tendo como pano de fundo a história da modernidade, Imaginários Sociais Modernos analisa as múltiplas facetas do imaginário social, caracterizado por três formas culturais chave: a economia, a esfera pública, e o autogoverno — ou seja, a soberania popular, herança comum ocidental dos dois acontecimentos maiores que marcam a nossa contemporaneidade: a Revolução Francesa e a Revolução Americana, e os percursos distintos que as caracterizaram.
Com uma concepção multidisciplinar e universalista do mundo, Charles Taylor apresenta e desenvolve os traços centrais da modernidade e os processos que estiveram na sua origem.
Imaginários Sociais Modernos mostra-se, assim, como um marco no ensaísmo moderno, e uma obra fascinante.


Charles Taylor (Montreal – Canadá, 1931) “é um dos pensadores políticos mais importantes do nosso tempo” (Sir Isaiah Berlin).
Professor de Direito e Filosofia na Northwestern University (Evanston), professor emérito de Ciência Política e Filosofia na McGill University, e ex-professor de Teoria Social e Política na Oxford University, Charles Taylor é autor de muitos livros e artigos, entre os quais, Varieties of Religion Today: William James Revisited, Sources of the Self: the Walking of the Modern Identity, The Ethis of Authenticiy, Hegel, e um notável ensaio, “The Politics of Recognition”, incluído na obra Multiculturalism.
Laureado com vários prémios (entre os quais o famoso prémio Templeton, no valor de um milhão e meio de dólares, e o prémio Kyoto, referido como o Nobel japonês), os contributos deste autor para o debate sobre teoria política e moral, a formação da identidade, o multiculturalismo; o secularismo e a modernidade conferem à sua obra uma incontestável projecção universal.

12.2.10

Charles Taylor em entrevista

No mesmo dia em que mostramos o nosso novo logótipo, partilhamos uma ligação para um vídeo com uma entrevista a um autor publicado pelas Edições Texto & Grafia, Charles Taylor.

Tendo como pano de fundo a história da modernidade, Imaginários Sociais Modernos analisa as múltiplas facetas do imaginário social, caracterizado por três formas culturais chave: a economia, a esfera pública, e o autogoverno — isto é, a soberania popular, herança comum ocidental dos dois acontecimentos maiores que marcam a nossa contemporaneidade: a Revolução Francesa e a Revolução Americana, e os percursos distintos que as caracterizaram.

Este livro, já traduzido para as línguas chinesa, holandesa, italiana, japonesa, espanhola e turca, tem agora também publicação em língua portuguesa.

O seu autor é o filósofo Charles Taylor (Montréal - Canadá, 1931) cuja obra tem sido uma relevante fonte de contributos nas áreas da filosofia política, da história da filosofia e da teoria social,
no programa Chasseurs d'Idées, da Téle-Québec, em 2001: http://real.telequebec.qc.ca/ramgen/idees/idees_2562_089.rm. (Em francês.)


[O vídeo em causa requer a instalação do RealPlayer no seu computador. Se ainda não o tiver, pode fazer o download gratuito aqui.]

22.1.10

O Argumento Cinematográfico








Colecção: «Mi.mé.sis», n.º 4
Formato: 16 x 24 cm
N.º de páginas: 128
ISBN: 978-989-8285-06-5
Preço: 14,00€ (IVA inc.)


«Como escrever um argumento?» é o que se perguntam os interessados por esta faceta da elaboração de um filme.
Texto escrito para ser filmado, obra por definição invisível, o argumento presta-se a uma análise rigorosa, aqui conduzida através de cinco grandes eixos: a escrita, o enredo, a personagem, o conflito e a estrutura. Para além das regras formais desta actividade, esta obra procura ainda oferecer ao leitor uma compreensão coerente dos fundamentos teóricos e práticos do argumento. Apoiando-se em exemplos de filmes que pertencem, na sua maioria, ao cinema popular contemporâneo, este livro – único no mercado português – explora as funções dramatúrgicas, os princípios e as tradições que influenciam a escrita do argumento, e vem responder a uma procura por textos de formação nesta área.

Dominique Parent-Altier, argumentista, ensina na Universidade de Paris X -Nanterre

20.1.10

A Noite das Facas Longas






Colecção: Fora de Colecção
Formato: 15,5x23,5 cm
N.º de páginas: 192
ISBN: 978-989-8285-11-9
Preço: 19,00€ (IVA inc.)

Neste livro, Paul R. Maracin reuniu meticulosamente os elementos dispersos de uma trama de intriga e selvajaria, que ficou conhecida na História como “A Noite das Facas Longas”. Este acontecimento consistiu na eliminação de milhares de pessoas que Hitler e as cúpulas do Partido Nazi acharam conveniente afastar, a pretexto de se poderem tornar obstáculos às ambições de controlo do aparelho político-militar, na ascensão de Hitler ao domínio da Alemanha.
Antes, foi o incêndio do Reichstag; depois, foi a preparação minuciosa, durante meses, da operação “A Noite das Facas Longas” cujo objectivo era a eliminação física de milhares de pessoas — políticos, chefes militares, membros do aparelho de Estado, democratas — consideradas inimigas pelo núcleo dirigente nazi.
Hitler, Heydrich, Göring, Himmler e Goebbels deram início ao massacre em Munique e Berlim, que se estenderia nos dias seguintes a 30 de Junho de 1934 a muitas cidades alemãs, não se sabendo quantos milhares de vidas terão sido ceifadas nesta operação arrepiante, que mudou, de facto, o curso da História da Alemanha e conduziu o mundo à catástrofe da Segunda Guerra Mundial.

Após terminar uma carreira de vinte e sete anos como investigador criminal no Gabinete do Procurador de San Diego, na Califórnia, Paul R. Maracin tem-se dedicado à escrita, em particular aos temas relacionados com a Segunda Guerra Mundial.
Além deste livro notável, Paul R. Maracin tem-se destacado com os seus artigos publicados em influentes órgãos de comunicação americanos, como The Wall Street Journal e a revista World War III, entre outros. Vive em San Diego.

6.1.10

O Personalismo -- nas livrarias a partir de 20 de Janeiro






Colecção: «Biblioteca Universal», n.º 14
Formato: 14 x 21 cm
N.º de páginas: 144
ISBN: 978-989-8285-09-6
PVP: 14,00€ (IVA inc.)

Publicado em França, no final da década de 1940, este livro teve uma enorme importância, pela influência exercida na evolução do pensamento político universal em toda a segunda metade do século XX; a sua afirmação central, "a existência de pessoas livres e criadoras", faz dele mais uma orientação do que uma doutrina.
Texto clássico por excelência, o núcleo essencial da sua reflexão deu força e voz
a acções humanistas em todo o mundo, influenciando ideários políticos — da
democracia cristã progressista à democracia de inspiração socialista; em Portugal,
esteve na base de amplas movimentações sociais e políticas de contestação ao regime salazarista até à sua queda.
Ao recuperarmos este texto fundador, de uma actualidade cada vez mais premente,
propomos ao público de língua portuguesa um contributo para a reabertura
do debate urgente em torno das grandes questões da pessoa humana, e da sua afirmação sobre o império do efémero.


Figura marcante do século XX, Emmanuel Mounier (1905-1950), foi um filósofo francês cujas reflexões em torno da pessoa influenciaram decisivamente a evolução do pensamento político e social contemporâneo.
Fundou a revista Esprit, e foi uma voz activa contra o fascismo e o nazismo, ao mesmo tempo que preconizava a abertura inter-religiosa e o diálogo dos católicos progressistas com o comunismo da época. Em Portugal, o seu pensamento encontrou eco em amplos sectores políticos e culturais anti-salazaristas.

A Análise do Filme





Colecção: Mi.mé.is n.º 5
Formato: 15,5 x 23,5 cm
N.º de páginas: 216
Publicação: Janeiro de 2010
ISBN: 978-989-8285-02-7
PVP: 22,00€ (IVA inc.)

Abordando as diversas análises de filmes praticadas dos anos 70 em diante, os autores apresentam e comentam aquelas que consideram ser as melhores análises, bem como os respetivos contributos metodológicos.
Procurando definir a atividade de análise, são também abordadas as análises «textual», a narratológica aplicada ao filme e a da imagem e do som.
Tendo sempre presentes as relações da análise com a história, que estão na origem deste tipo de investigações, chama-se a atenção para o facto de não haver uma solução única para a análise fílmica, sendo antes discutido um conjunto de métodos possíveis.


Jacques Aumont é professor de história e de estética do cinema na Universidade de Paris III (Sorbonne Nouvelle), e foi também diretor do Collège d'histoire de l'art cinématographique (Cinemateca francesa). Personalidade de destaque no ensaísmo e na crítica cinematográfica, é autor de uma vasta obra de análise crítica e divulgação, de que salientamos O Cinema e a Encenação, A Imagem, ambos publicados pela Texto & Grafia nesta mesma coleção.
Michel Marie é professor de história e de estética do na Universidade de Paris III (Sorbonne Nouvelle), no departamento de cinema e audiovisual; ensinou igualmente no Québec e no Brasil, e é vice-presidente da Cinemateca universitária. Personalidade de relevo internacional no âmbito da história e teoria do cinema, é autor de uma vasta obra, de que se destaca La Nouvelle Vague, une école esthétique, Esthétique du film, Le jeune cinéma français.